Este projeto é para o peito, que está apertado e apartado dos outros. Como uma forma de aproximar corações e sentimentos, trazer para perto o calor humano que muitos, ainda, necessitam e romper, com Arte, as barreiras do isolamento.
Idealizado em 2020, em pleno confinamento, PARApeito assume o formato de festival e pretende levar cultura, arte e entretenimento até às pessoas através de pequenas peças com cerca de 30 minutos de duração. As apresentações são concebidas para o espaço exterior (ruas, largos, pracetas) e para serem vistas da janela: um solo, uma declamação, um malabarismo, uma dança, uma história, um concerto,… Pedimos aos artistas que desenvolvessem novas criações ou adaptassem alguma de suas melhores peças para este formato de rua com uma “plateia vertical”, numa configuração inovadora e inusitada.
As duas primeiras edições tiveram o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, através do Fundo de Emergência Social para a Cultura. Entre novembro de 2020 e junho de 2021, fomos a hospitais, escolas, centros de dia e casas de acolhimento de jovens.
PARApeito: parte superior de uma trincheira que protege os seus defensores mas que não os impede de atirar sobre ela; parede que se ergue na altura do peito.
Objetivos
Este projeto destina-se ao público em geral e tem como objetivos:
- combater o isolamento,
- apoiar o trabalho de artistas em situação de fragilidade financeira,
- incentivar a continuidade da criação artística, devidamente remunerada, através da encomenda de novas criações,
- dinamizar a reposição de peças adaptadas ao contexto,
- incentivar a fruição de espetáculos ao vivo, em proximidade, embora cumprindo as condições de distanciamento social em vigor.
Porquê “PARApeito”?
A ideia do PARApeito surgiu-me em Abril de 2020, em pleno confinamento, quando, fechados em casa, nos sentíamos de peito apertado pela distância, pela ausência, pela incerteza, pelo receio. Como vai ser agora? Até quando ficaremos assim?
Todos, a nosso jeito, sentimos que a arte e a cultura são vitais ao nosso bem-estar e todos vimos esse sentimento reforçado pela falta que ela nos faz. Temos saudades de um bom concerto, de um bom espectáculo que nos encha a alma.
Mas este receio não nos deve paralisar, antes pelo contrário, toda esta dificuldade deve ser um incentivo a pensar de outra forma. E, assim, a vontade de levar arte e cultura aos mais afetados tornou-se impositiva! A vontade de proporcionar trabalho para os artistas em dificuldade tornou-se urgente! Tenho de fazer alguma coisa!
Inspirada por variadas iniciativas solidárias que vi nascer: onde cada um dava o que sabia, o que tinha, o que podia. Assim surgiu este formato de levar arte e cultura até aos contextos e pessoas mais afetadas, mantendo-os em segurança. Eles no seu parapeito, e nós a entregar alimento para o seu peito.
Susana Alves, fundadora do Lugar Específico
Apoios e parceiros
Para dar vida a esta ideia, convidámos uma equipa composta
por artistas de diversas áreas: Elsa Serra, Telma Pereira e
Maria Antunes & Sango.
Para esta segunda edição, realizámos uma open call e
acolhemos novos artistas/coletivos: LAP (Laboratório de Artes Performativas),
Monstro Colectivo, Coração nas Mãos, Circo Caótico, Mica Paprika e
Maria Antunes & Sango.